Um ano depois

 

Faz hoje um ano que vim para casa. Na altura o (ex)chefe decidiu durante a manhã que íamos para casa durante uma semana e ele depois dava notícias. Fiquei em casa até ao fim de Agosto! E em Novembro estava de volta a casa e por cá continuo.

Na altura acho que muitos de nós achava mesmo que eram duas semaninhas e pronto. Tudo resolvido. Ai santa inocência.

E quem achou que ia ser muito produtivo nas quarentenas/isolamentos e não o foi pode-se juntar a mim. Achei que ia voltar a ler, tinha tanto tempo, e ia voltar ao blogue.

Nada disso aconteceu. Devorei imensa coisa na Netflix no início, depois já nem isso me apetecia fazer. Quanto menos se faz menos se quer fazer e no meu caso é bem verdade.

Mas houve coisas boas.

Fiz imensa praia com a minha mãe. Com o horário de trabalho que ela tinha e eu em lay off acabámos por ir imensas vezes à praia durante o verão e normalmente durante a semana. A verdade é que a praia esteve sempre com pouca gente, havia imenso espaço e distância entre as pessoas. Nunca senti receio e eu que detesto gente em cima de mim tive um verão descansado. Provavelmente tive sorte na praia porque todos vimos as imagens ridículas das praias cheias durante o verão.

Outra coisa boa foi a companhia da minha mãe, aliás a melhor coisa. Achei que ia dar em doida com ela em casa sempre a limpar e a inventar coisas para fazer mas não. Habituei-me a estar com ela a noite no sofá, até novelas voltei a ver para estar na companhia dela. E a verdade é que nos divertimos muito juntas todas as noites. Se já era menina da mamã agora ainda mais sou.

Agora a parte de estar em casa fechada. Não me custa confesso. Tenho dias em que realmente me apetecia ir dar uma voltinha, ver as minhas amigas mas aguento bem os dias e nem tenho o hábito de ir a janela. Se calhar sou demasiada solitária, nunca fui de estar sempre com amigos, e gosto muito de estar no meu espaço entretida nas minhas coisas mesmo que essas coisas sejam fazer zapping.
Acho que se tivesse a minha casa este último ano teria sido um sonho neste aspeto ahah.
E agora que trabalho em casa e tão cedo não vamos deixar de o fazer é bom que goste de estar em casa.

E embora eu perceba as pessoas que não gostam de estar em casa, para quem cada dia se torna mais complicado, acho que se deviam focar nas coisas boas que têm na vida. No meu caso estamos todos bem de saúde (por enquanto), estamos a trabalhar (e eu sou a única a trabalhar em casa), tenho um teto com todas as condições necessárias, comida na mesa. Se é uma merda não podermos sair à vontade, estar com a família, estar com amigos ou ir comer fora? Sim claro que é. Mas antes em casa que num hospital.
Mas se calhar muitos de nós não íamos comer fora assim tantas vezes, não víamos os amigos semanalmente porque o trabalho e a vida ocupam demasiado tempo (quem me dera ver uma vez por mês!).

Isto sou eu, sei que há outra realidades bem diferentes e a cabeça de cada um é muito diferente e é isso que torna tudo tão difícil para muitos que estão em casa. Uma pessoa num dia está fantástica em casa, no dia a seguir a cabeça não pára, fica ansiosa, fica deprimida, fica tudo e mais alguma coisa.

Boa sorte para todos nós, muita saúde física e psicológica e que daqui a uns meses tenhamos de volta alguma normalidade.

1 comentário:

Simple Girl disse...

As coisas mudaram muito realmente... Temos de nos agarrar às coisas boas que isto tudo nos trouxe! E uma delas é as pessoas com quem conseguimos estar mais tempo